RIO - O projeto Livro Falado lançou esta semana o site
www.livrofalado.pro.br, onde deficientes visuais podem ter acesso a mais
de 350 livros gravados, de cerca de 280 autores brasileiros. O objetivo
também é atender pessoas com cegueira dos outros países de língua
portuguesa: Portugal, Angola, Moçambique, Timor Leste, São Tomé e
Príncipe, Cabo Verde e Guiné Bissau, disse à Agência Brasil a criadora
do projeto, a mestre em teatro da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), Analu Palma.
Para isso, o projeto, que existe há dez anos, conta com patrocínio
da BR Distribuidora e a parceria da Academia Brasileira de Letras (ABL).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, no Brasil, a prevalência
de cegueira na população é de 0,3% e de baixa visão, 1,7%. A pessoa com
baixa visão é aquela que, mesmo após tratamentos ou correção óptica,
apresenta diminuição considerável de sua função visual. O projeto Livro
Falado pretende incluir os deficientes visuais em duas instâncias: na
questão da literatura, de acesso ao livro; e no tocante à qualificação
para o ator cego.
Analu Palma é autora do livro falado "Uma História para Ler, Gravar
e Ouvir", em que apresenta para as pessoas as habilidades e dificuldades
de uma criança que não enxerga, além de ensinar como se grava livros
para deficientes visuais. Com base nesses ensinamentos, ela começou a
ministrar oficinas do livro falado. Já foram capacitados, até agora,
mais de 400 ledores em todo o país.
Os ledores voluntários são qualificados e aprendem como transformar
um livro impresso em uma obra acessível em áudio para uma pessoa que não
enxerga. Outro procedimento é aprender a gravar em um programa de
computador para que o livro já fique em CD. A terceira fase da oficina
se refere à voz do voluntário, ou seja, ensina como ter uma boa dicção,
além de boa leitura.
Para acessar os livros gravados, as pessoas cegas devem acessar o
site www.livrofalado.pro.br. Para obter a gravação de um livro
específico, é preciso enviar e-mail para livrofalado@livrofalado.pro.br.
A remessa é gratuita.
Fonte: Agência Brasil